Sunday, April 20, 2008

a escolhida


Millie Small | My Boy Lollipop | 1964

a pequena, e o seu modo franco de chamar ao seu rapaz, o meu "namorado" chupa-chupa, ou pirolito ... merece, num país cultor da atitude crítica e dos seminaríssimos eventos, a atenção profunda dos mais iluminados. Explico o ponto de vista: a pequena Millie foi, nos recuados anos 60 desse Portugal que ainda nos come o dia-a-dia, a vedeta única dos inter-lúdicos musicais televisivos [os hoje vulgares video-clips]. A cada volta lá nos vinha ela, sempre ela, insinuar-se com esse seu namorado na ponta da língua. Feita a mossa no adolescente luso, a quem os costumes brandos nada mais ditavam que a mão-na-mão, um beijo roubado na penumbra do cinema e a elevação de uma serenata em noite de Verão, poder-se-á, hoje, atribuir a dissolução que viria, a essa pérfida insistência? Quem, nos escaninhos das ondas hertzianas perseguia a obra? Um regime obtuso ou aqueles que dentro dele se deleitavam na sua oposição? Estaremos nós, hoje, ao ouvir os nossos maiores êxitos académicos, a seguir essa tradição letrista e musical?
Enfim, panos para mangas, numa temática rica como a letra da pequena que já então nos anunciava:

My boy lollipop, you made my heart go giddy up.
You are as sweet as candy, you’re my sugar dandy.
Ha, Ho my boy lollipop,
Never ever leave me,
Because it would grieve me,
My heart told me so,
I love Ya, I love Ya, I love Ya so,
That I want Ya to Know,
I need Ya, I need Ya, I need Ya so,
And I'll never let You go,
My boy lollipop, you made my heart go giddy up.
You set my world on fire, you are my one desire,
My boy lollipop, my boy lollipop.


1 comment:

mg said...

Oh, não! Que saudades! A nossa Millie e o lollipop, o MTV da nossa infância! Queremos mais, onde está a queda do emissor de Monsanto, o Zé Colmeia, A televisão às riscas e a rodar como se fosse um espeto de frangos no churrasco? E a mira antes de começar a emissão... Tantos canais e agora não temos nada disto!