Tendo ficado decidido que [este tema continua, logo que seja possível...]... voltamos a referenciar as produtivas estatísticas de Hans Rosling e Gapminder, ainda que, antes, se exijam algumas observações.
Tal como a citação com que em ver estatísticas se apresentava o autor [H.Rosling] também agora se retira da mesma fonte [video.google.com] uma directiz para cobrir todo o discorrer: "See" how the world is changing.
Junta-se à primeira observação esta outra, de que devemos olhar de modo a integrar a informação e constituir padrões que nos aproximem dos factores de mudança. É o que a referência Visual imagery can tell stories and truths which would be very hard to capture and communicate otherwise [ainda video.google.com] também nos faz notar, destacando o modo: This is a beautiful lesson in visual communication. A must view for any serious presenter.
A terceira observação é para deixar o aviso: a integração de que se falou está [nestas nossas deambulações] construída na desigualdade do tratamento das informações [e da sua apresentação] sobre as quais uma imagem da mudança tomou forma.
Como exemplo de como essa imagem se presta à distorção [quando o modo a favorece] deixo a possibilidade de sondar [ver!] a mudança nos portugueses entre 1975 e 2004. O gráfico é interactivo e permite experimentar a diversidade das comparações.
Acredito que ninguém possa ficar indiferente à importância dessa mudança qualitativa operada em 29 anos recentes, sobretudo quando olhamos e vemos quem nos faz companhia na área superior direita do gráfico [e aqui direita, no nosso caso, é até ironia...]
Volto agora à coincidência [que referi em ver estatísticas] e me obrigou a contrapor o artigo de jornal [fabricado com base numa miscelânia de estatísticas] à visão que o trabalho de H.Rosling+Gapminder me havia permitido construir e consolidar.
Embora todos desconfiássemos da batota [de que até os mais fundamentalistas seriam praticantes] para longe vão ficando os tempos em que estava [quase] generalizada a crença de que os filhos eram dados. Hoje são feitos.
E esta mudança substantiva configura o nosso dia-a-dia e revela-se na duplicidade das palavras: os dados [data] e os feitos [os factos, a realidade como a construímos].
Dispõe-se assim [como exercício a título de exemplo] da possibilidade de correlacionar o tipo de agregado familiar, a sua dimensão com a descrição do mundo português visualizável no gráfico [© Gapminder Foundation] que utiliza as variáveis life expectancy [years] e income per capita para o construir. Tudo junto ficamos com uma imagem do país de hoje, e mais longe de um passado que parece por vezes manter-se persistentemente agarrado ao nosso presente.
Embora este tema dê pano para mangas ficam [por agora] duas notas de final de conversa.
A mudança é sobretudo qualitativa: interessando menos a dimensão do agregado que as condições de vida dos sobreviventes. Podemos até arriscar que menos tempo é [ou pode ser] melhor tempo. Temos mais vida [mais tempo de vida: mais esperança de vida] e melhor vida.
Esta primeira nota introduz a segunda e não deixa a arquitectura indiferente.
As mudanças na vida atingem no essencial a reflexão sobre as mudanças tecnológicas [é para estas que H.Rosling também chama a atenção] e somadas estão no coração da arquitectura.
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