Monday, April 30, 2007

afinal o carrapato


parece não ter nada a ver com estas histórias que se justificam no 1º dia de maio.

embora não haja dúvida de que o carrapato é uma carraça ou seja um aracnídeo acarino que cisma em andar agarrado a tudo o que é vivo [mexe e está quente, é o que interessa] para lhe chupar o sangue [diz-se também dos importunos e dos maçadores, dos chatos numa palavra]


carrapato [macho]

estava eu, dizia, embalado nesta coisa da minha imaginada história dos carrapatos a subir por onde não deviam quando espírito mais avisado me corrigiu a história para estória: que não que era só crendice de poucos e que devia dirigir atenção para outras fontes [seja, mas então e aquela possibilidade, concedida às maias para travarem a progressão dos ...?]

não
, não, essa propriedade não se refere a qualquer sistema defensivo contra o mafarrico [havia quem metaforicamente, já se vê, o visse como tal] nem este era chamado para a festa de maio a qualquer título: as maias, essas sim, apesar de verdes e amarelas é que são as protagonistas.


assim


revisto o tema passo a tentar a síntese: a história [a sê-lo] remonta a tempos há muito idos, pode até ser lenda.

estava eu em reflexões quando o telefone tocou: [atendi] e do outro lado veio a recomendação: - sei que andas metido nessa coisa dos blogs a inventar o mais das vezes historietas [sim, sem convicção, só para adiantar a sequência] – agora não te esqueças de referir que amanhã é o dia do trabalhador o 1º de Maio… [sim, mas… eu tentava escapar ao tema e à admoestação, mas parece que sem êxito, é que…] – o que disseste está dito [onde terei errado pensei] e o que passou passou, mas desta vez não te deixo avançar sem a lembrança!

ok, respondi, vou tentar [a convicção não me pareceu o meu melhor argumento, ainda que ao telefone todas estas coisas sejam mais fáceis e pareçam mais verosímeis]

[desligado] ficaram-me a bailar os carrapatos, o mafarrico, as maias [afinal era sobre estas que queria escrever] e o 1º de Maio [que tudo parece fazer coincidir]


como tudo começou: ao principio do dia fui dar uma pequena volta [de facto pretexto para café mais nata em boa companhia] e ao passar junto ao estabelecimento da eduardinha [já se falou hoje dela e um dia destes acrescenta-se à história] vi as amarelas maias a brilhar ao sol.

ora aqui está
[!] um tema para a escrita de hoje: afinal ainda que espalhado por
muitos sítios o costume da aplicação das maias na transição do trinta de abril para o primeiro de maio ainda é também marcadamente portuense [isto é comprovadamente a memória a impor-se]

mas que raio é que se pode dizer disto?
[foi aqui que o carrapato entrou em cena e estamos outra vez inicio desta pequena crónica]:

pois afinal o carrapato parece não ter nada a ver com estas histórias que se justificam no 1º dia de maio


nota final [em jeito de conclusão e para arrumar de vez, pelo menos desta vez, com o assunto: as maias ou giestas, como também são conhecidas popularmente, terão sido utilizadas em recuados e bíblicos tempos como marcadores: ou para que não se confundisse o caminho no regresso, ou para sinalizar a casa de um dos seus [do seu povo] de quem se exigiria o sangue no dia seguinte. Ora nesta segunda hipótese o que terá acontecido é que na manhã de 1 de maio, sob o escaldante sol do médio oriente todas as casas estavam marcadas iludindo a marcação.] ontem como hoje já que a tradição aconselha a que assim se faça, não vá o carrapato


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